quarta-feira, 28 de março de 2007

As coisas que eu falo!

As coisas que eu falo, só as falo se as concebo em mim. Imagine o seguinte: qual é a massa de um elétron? Eu sei lá qual é a massa de um elétron! Mas se você fosse um físico de ponta, saberia responder. Claro, esse é um conhecimento adquirido. Alguém me diz algo, eu leio sobre algo, vejo um termo aqui, uma entrevista ali. Ensinam-me. Aprendo. Apreendo, agrego esse conhecimento. E é assim também com a vivência. Vivo algo, sofro em um fim de namoro, no outro sofro menos. Ou mais. Encanto-me com um pôr do sol, sei que nem percebo os tantos outros pores-do-sol do dia a dia, que vão e vêm. Deslumbro-me ao ver meu pai como violão nos dedos “azeitados”, que deslizam magistral e instintivamente fazendo-se ouvir lindamente em nossos corações. Em outro momento brigamos feio. Em tantos outros. Em tantos menos hoje em dia. Vivo essas coisas e delas posso falar. Como direi o que é ter um filho sem saber o que é ter um filho? Como podemos dizer o que é perder um filho sem nunca ter perdido um filho. Essas coisas só quem as vive é que pode dizer. Com todas as outras coisas é assim também. Tudo isso junto entre tantas outras coisas nos formam, nos fazem nós mesmos.

Um comentário:

Fernanda Guedes disse...

Superobrigada pelo seu comentário inflador de ego. Minha semana começou hoje por conta disso!
Bj