quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sonhos e Olhos

26/01/2004

Nada de novo. Insônia, pensamentos, idéias, angústia. E sonhos.
Não os sonhos de outdoor, revista ou big brothers. Não os carros, a casa enorme e a conta cheia. Longe disso.
Sonhos de prateleira? Verdades de prateleira? Ora, somos a geração da prateleira. “Está tudo pronto, é só achar e pegar”. Pode procurar. Você vai achar o seu sonho. O seu, o do seu amigo, primo, colega de trabalho.
Não! Não! E mais um não! Não!! E como é difícil negá-los! Como está intrínseco! Arraigado. Difundido. Sufocante...
Parecia-me fácil o script. Basta seguir o roteiro “estude e trabalhe duro”, que a felicidade virá. Ora, nada mais justo num país onde de justo só tem o jota. Ou nem isso.
Sonhos! Quantos sonhos!
Olhos! Quantos olhos! Todos a te olhar, a te tingir com suas expectativas alheias ao olhar dos olhos meus. Todos a te acompanhar, passo a passo, erro a erro, acerto a acerto. A te consumir, a te vigiar
Oh, os olhos... Bichos de sete cabeças, Faca de dois gumes. Portas para o mundo material. Teus melhores amigos. Teus piores inimigos, sem culpa alguma. Janelas da alma, sem pudor algum.
Olho, logo desejo.
Olhos, olhos, olhos...
Não bastavam-nos as montanhas, praias rios e mares para perdermo-nos em sonhos? Sua visão não seria suficiente para sermos felizes?
Nossa história mostra que não. Antes de homo-sapiens, somos animais. Este é o nosso reino. E todos nesse reino buscam diferenciar-se. Melhor você é, melhores suas chances de perpetuar seus genes.
Eis que “surge” o homem, subjugando tudo e todos à sua volta. Toda a natureza. Topo da cadeia alimentar. Adubo de cidades de pedra. E que precisa diferenciar-se uns aos outros. Mas como? Primeiro, quando era melhor caçador. Hoje, quando tem poder.
Ou dinheiro, primeiro sinônimo de poder. “Get a good job, get more paid and you’re ok”, já cantava Pink Floyd.
De sonhos, fui aos olhos, raspei na antropologia, caí no poder e no dinheiro.
Sonhos! Oh os sonhos! É assim mesmo que eles se perdem em si.
Qual teu sonho?? Tens sonhos??
Conheço gente que sonha em ver o mar. Conheço gente que sonha em ter o mar. Conheço gente que sonha sem ver o mar. Conheço gente que sonha sem ter o mar..
A mesma frase. Quatro vezes, quatro visões diferentes
Meu sonho?
De noite, na cama, é sonho. De dia, na vida, é utopia. Em casa é maravilha, na família esquisitice.
Talvez nem saiba defini-lo ao certo, pois não é tão simples assim. Não o sonho em si, mas sim defini-lo.
Sonho que é sonhos não tem fronteiras, rótulo ou credencial. Sonho é sonho, e fantasia, é alegria, é felicidade.
Sei que sonho em fazer algo diferente. Inovador talvez. Sonho com um mundo melhor. Sonho com a justiça, com a igualdade, com a dignidade. Não a minha ou a sua, mas as dos que não conseguem obtê-las pelo roteiro, pelas próprias mãos. Àqueles que precisam. Àqueles que nem receberam o roteiro. Àqueles que nem sabem que existe um.
Não sei como. Mas sei que posso tentar. Sei que posso. Sei que tenho que tentar.
-Oh, eterno prodígio eles dirão. Talento desperdiçado, louco, intransigente, irresponsável, burro, pensarão.
Quer saber, dá medo, é duro, é muito duro. Criamos raízes sem termos plantado. Plantaram em nós ervas daninhas sem perceber. Regadas com verdades prontas e sonhos enlatados. Estimuladas pelos olhos (Oh, os olhos), as raízes se espalharam pelo corpo, grudaram.
E o sucesso alheio parece como uma cenourinha à sua frente. Corra e ganhe seu prêmio.
É difícil. Sei que é. Mas é nobre. E é meu.

Inacabado

Tudo escrito. Palavras, dias, sorrisos e choros.
Tudo dito, medos e sonhos.
Tudo ouvido, verdades e mentiras.
Tudo sentido, amor e ódio.
Tudo inacabado.

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2005

Pra você

O doce dos chocolates,
o aroma, beleza e tez das flores.
Gostos,
cheiros,
visões e texturas,
que encantam,
experiências dos sentidos,
impressões na alma.
Sejam dos chocolates,
sejam das flores,
ou de nós dois.

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2005

Tudo e Nada

Vazio,
tudo e nada.
O cheio que não está cheio.
Tudo cheio de nada.
Tudo vazio de nada.
Cheio de nada,
Vazio de tudo.

Cheio,
Tudo e nada.
O vazio que não está vazio.
Nada cheio de tudo
Nada vazio. Tudo,
Cheio de tudo,
Vazio de nada.

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2004

Passaporte para a liberdade

Hoje passei por lugares dos melhores e mais belos da minha nostalgia. O prédio da empresa onde nos conhecemos, o restaurantezinho onde tomávamos nossos cafés da manhã, atrasados e extasiados. Desço a Rebouças, lá estava o apartamento. Não contei os treze andares, mas sabia que havia ali uma janela, donde se estivesse estaria me olhando no carro, donde tantas lágrimas caíram de mim e donde tantos mil sorrisos estamparam meu rosto. Hoje é domingo. Os domingos dos trânsitos e pessoas mais calmas me permitiu acompanhar com os olhos, com os sentimentos e com a memória paisagens da minha própria vida.. Bom é não sentir tristeza. Só melancolia acompanhada de alegria. Bom é poder respirar nessa energia a energia desse momento e tê-lo dentro de mim. Bom é poder ter vivido toda essa maravilhosa história e tê-la em mim. E prosseguir é também admitir que sou um homem solteiro. E pela primeira vez admiti. Num domingo, domingo de hoje.
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escrito em 16 de abril de 2005

Momento da concepção

Uma tromba de águas mágicas vinda dos céus atravessa meu ser, da cabeça ao púbis. Águas divinas, águas da criação. Chamo-as assim pois assim as senti. E quando as senti soube o que eram. Nesse dia amamo-nos durante horas e horas de êxtase . Dois seres maduros e entregues no amor ao prazer a serviço do amor. Prazer é manifestação dos sentidos. O ato de criação é manifestação da própria vida. O amor é o elemento chave para viver a plenitude desse momento. Unidos e ungidos pelas águas para criar um novo ser. Homem e Mulher se fundindo em um novo ser. Com todo nosso amor presente – Amor, A maiúsculo, liberdade, sem fronteiras – creio que pude ter acesso a essa experiência. Espécies evoluem, indubitavelmente, Darwin, mas Vida, ah, a Vida se cria. A imagem e os sentimentos daquela noite me acompanharão por todo o sempre.
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2004

Diálogo curto

Diálogo entre Osmar e eu, via scrapbook
maio 2005
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- esteja em casa, porta livre, porteira aberta - lume no chão e vida no coração, todo sujeito é um amigo, todo amigo é um irmão, de caminhada, de luz e escuridão, somos todos cegos da vida na saudade de sua própria paixão...

- Grato e livre adentro! Vida na veia, esperança na frente e a história na boleia; na prosa do amigo, a alma se alumeia e alegre serpenteia pelos campos do porvir a que semeia.

- a galope, taco em riste, bola branca,braço forte, pois que o bagual se cansa, isso termina e quando se vê, já foi, já era, por-tanto- tanto pensado, tanto esforçado, perda de tempo- vale mais o senso de que se é o que se deseja, não o que se almeja...porque isso muda demais...

- do que foi e que revela a cada instante tudo o que é, que descerra e que se torna, o ciclo, expansão de si, senso do que se é, espelho do que se deseja, semente que auto-semeia, eis que nada almeja.

Criar

Tudo o que a humanidade criou ela não mais que transformou. Transformou metal em computador, partículas em aglomerados de partículas. Até um humano já criou. Transformou um fragmento do DNA em um ser equivalente. Tanto criou e nunca passou perto do que é a Criação. Criar a vida. Podem até saber o processo todo. Mas daí até afirmar que conhecem tudo o que está envolvido existe uma eternidade os separando.
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2005

É óbvio

O óbvio, que é óbvio, vai ser visto sempre superficialmente, pois se é óbvio, automatizado está. E tudo que automatizou em nós, é feito sem ser pensado. "É óbvio que a minha mão tem que fazer esse movimento para que a faca execute sua função." Ou seja, o óbvio torna-se o movimento. Não a percepção. A percepção, o entendimento do óbvio está mais profundo do que nos parece óbvio...

Tudo em dois

Tudo em dois

São duas as xícaras de café, ambas de metal, uma vermelha e outra bege, esquecidas num armário de uma fazenda.
Duas também são as taças de vinho, de vidro mesmo, nada rebuscado nem por isso menos belas, guardadas num armário de uma cozinha.
Bem como são duas as varas de pesca, uma preta e uma prata, com linhas, bóias e anzóis, retraídas e empoeiradas em cima de uma cômoda num quarto.
Tais quais os dois travesseiros, uma mais alto que o outro, que repousam lado a lado sob uma manta quadriculada de uma cama em um quarto.
Também são dois bancos de carro, duas caixas de lente, duas escovas de dente.
E por mais que um tome café nas duas xícaras, sorva diferentes vinhos em ambas as taças, fisgue belos peixes com as duas varas e abrace ambos os travesseiros, a sensação é de que nada parece igual quando a xícara vermelha era minha e a bege sua; nem quando cada um tomava vinho em sua taça; nem quando minha vara era prata e a sua era preta; muito menos quando o travesseiro mais alto era o seu. Mesmo que a sua parte em minha memória e em meu coração estejam vivas.

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07-mar-2005

Reflexões

14 de junho de 2004
Fi, querido irmão!

Que lindo o que você escreveu!
Mostra que você é um homem em transformação, querendo entender as coisas, enxergando a loucura em que viviemos, questionando valores universais!
O meu próprio desgosto por muitas coisas da vida tem muito deste sentimento. Onde foi parar essa essência, que une os homens, que derruba fronteiras e preconceitos, que os torna iguais, que os faz sorrir, que traz a paz??
Minha consciência me diz que ela se perdeu em meio a uma sociedade ocidental capitalista desenfreada, na luta pelo lucro (sinônimo da opressão), na busca pelo poder, pelo ter mais e mais. Exatamente o que você questiona.

Ter, hoje, é o que se vende. E se se vende, é porque tem quem compre. E isto se configura nos conceitos - até valores para alguns - de posse, beleza (nunca desvinculada da posse), do poder de consumo.
É triste mesmo olhar para fora e ver o mundo como está. A realidade exterior nos tira a fé, nos arranca a esperança, nos rouba o sentido. E aí a massa vai seguindo, sem poder ao menos raciocinar, questionar.

São questões muito profundas. Muito mesmo. Sei identificar claramente isto, pois sou uma pessoa que vive raciocinando sobre questões profundas. Tenho passado os últimos tempos praticamente prostrado, de tantas questões profundas. Não consigo andar no shopping sem pensar nisso tudo. Não consigo ver televisão sem pensar em outras tantas coisas. Não consigo trabalhar por tentar entender mais sobre as coisas. Questões profundas. Toda minha atitude, como sou, o que visto, o que falo, o que qustiono, são coisas profundas. E são nestes momento que crescemos como homens conscientes de seu papel nesta vida, conscientes do seu papel no universo, com todas coisas ao nosso redor, e com todas as coisas que nossos olhos não conseguem enxergar ou nossa mente não consegue conceber.

Sua questão central neste momento é "onde está o amor", ele ainda existe?
Tudo nesta vida é um ato de fé. Acreditar que o papai pode mudar é um ato de fé. Acreditar que os homens podem evoluir é um ato de fé. Acreditar que podemos ganhar na megasena é um ato de fé. Tudo é fé. Inclusive acreditar no amor.

Já fiquei muito distante do amor. Muito mesmo. Mas hoje afirmo: ele existe. Ele está em tudo e em todos. E vou mais fundo na minha crença: o amor LIBERTA.'Aliás, é a única coisa que liberta literalmente. Sou hoje um homem livre, pois amo. Sou livre dos conceitos dos outros, livre para acreditar, livre para sofrer, livre para questionar, livre para viver, livre para amar. Amo muito e amo tudo. Os bichos, a natureza, você, papai, mamãe, Vanessa, o sol, a lua, as estrelas, a infância, a juventude, a velhice, as plantas, as flores, o mar, os homens, a vida. Amo tantas coisas. E a mais importante: amo a mim mesmo, e isso foi a minha maior conquista. Sem amor próprio é impossível amar ao próximo.

Talvez tenha tido sorte de encontrar uma mulher que me mostrou o amor de uma maneira que nunca havia concebido. Talvez eu precisasse encontrar esta mulher. Talvez eu estivesse esperando essa mulher desde quando nasci. Mas nada teria acontecido se eu não estivesse preparado para aprender. Preparado e com a guarda abaixada, aberto completamente, mesmo com toda a minha dor, com todo o meu jeito, com todo o meu ser.

Somos iguais. Somos metades distintas de duas pessoas iguais. O que difere é nossa história pessoal, que moldou nossa personalidade diferente. Mas somos iguais em valores. E te digo: o amor está dentro da gente. No nosso ser. E quando ele aflora, ele "contamina" os outros. Mas é preciso muito esforço, quebrar muitas regras interiores e exteriores para o amor ter espaço na vida das pessoas. É por isso que o modo que as pessoas vivem aqui, onde só há espaço para o trabalho para viabilizar o lucro alheio e sua própria subsistência, faz com que não haja muito espaço para o amor. E essas pessoas transmitem inconscientemente esta falta de espaço para o amor em suas casas, com seus filhos, irmãos, pais, avós e amigos. E isto vai tomando o inconsciente coletivo. Onde você vai você encontra os mesmos padrões, levando sempre em conta as diferenças sócio-culturais.

Hoje, o dinheiro manda no homem. A vida gira em torno do dinheito. Sem condições financeiras para sobreviver dignamente, pra que amor se existe uma garrafa de pinga, um baseado, uma carreira de cocaína e uma arma na mão? Sem falar no fator beleza. Hoje, as pessoas amam com os olhos. É isso o que a mídia vende, isso dá lucro. Nem envelhecer podemos mais. Amor dos olhos é o amor mais triste que existe. E isto também está matando o amor verdadeiro, que a ama o ser, que ama o âmago. Acho que de maneira bem simplista, pois no meu pensamento ainda existem muitas outras coisas, isto ilustra o quadro, visto pelos meus olhos, sentido pelo meu espírito e racionalizado pela minha consciência.

Os valores estão completamente invertidos. E a esperança reside naqueles poucos - que hoje são muitos - que acreditam no amor, que questionam esta inversão de valores, esta vida falaciosa que a sociedade nos impõe. When I'm a good dog they sometimes throw me a bone. Quando sou um bom cachorinho eles, algumas vezes eles me dão um osso!

Tenha esperança, meu querido e amado irmão. E se mesmo assim não adiantar, continue tendo esperança. Pois isso é o que nos resta.

Te amo muito.

O caminho de cada um

Escrevi isto quando pedi demissão de uma empresa na qual trabalhei.
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O que seria das nossas vidas se nos fosse privada a opção de escolha?
O que seria das nossas vidas se nos fosse determinado apenas um caminho?

A grande questão é...
O que será da vida de cada um de nós se não tivermos a capacidade de escolher???
Será que seremos conformados frustrados, pseudo felizes, eternos prodígios?
A opção da escolha nos foi dada, mas como legado, nossa capacidade de escolha é bastante limitada.
Temos dois "macro-limitadores": um externo e outro interno.
O externo foge ao nosso controle, por simplesmente ser externo.

Mas nossos limites internos são definidos pelo medo, pela insegurança, por aquilo que acreditamos, por aquilo que sonhamos, pelo o quanto agimos, pelo quanto pensamos, pela própria necessidade.
E é incrível perceber o quão estreitos nossos limites são. Para muitos, mais estreitos ainda; muito menos para outros poucos.

A grande notícia é que temos condições de atuar sobre nossos limitadores internos.
Temos condições de combater nosso medo, de brigar pelos nossos ideais, de lutar pelos nossos sonhos. NUNCA duvidem disso.
Mas não "basta" agir. É NECESSÁRIO agir. "A ação cura o medo." diz uma frase que li certa vez.

Nossa capacidade de escolha é inversamente proporcional à dimensão dos nossos limitadores. Ou seja, quanto mais e mais limites impomos para nós mesmos, menor será nossa capacidade de escolha. E nossa capacidade de escolha é nosso melhor indicador de capacidade de felicidade.

Quando mantivermos o prumo de nossos caminhos apontado para o norte de nossos valores morais e éticos e usarmos nosso leme para direcioná-los para o que sonhamos que sejam nossas vidas, seremos felizes. Pois neste caso ninguém nos impediria de trilharmos nosso caminho: nem os obstáculos, nem os erros, nem os medos e muito menos os outros, que insistem em nos transmitindo seus próprios medos.

Como hoje é meu último dia aqui na Nexxia, tive vontade de escrever algo. Pois foi muito legal ter conhecido todos vocês, “Nexxyanos”, ter compartilhado momentos de alegria e às vezes de tristeza, ter visto muita coisa interessante!
Mas resolvi mudar um pouco a direção do meu leme. E vou feliz, mais de que quando cheguei aqui. E vou mesmo assim, mesmo acreditando na retomada do crescimento do grupo.
Mas não podia de deixar de escrever algo!!! Não podia deixar de dizer pra cada um: ACREDITE EM VOCÊ E NOS SEUS SONHOS! Pois é assim que me sinto em relação a mim mesmo!

Afinal, esta vida, só viverei uma vez!

Deixo um grande abraço e compartilho o desejo de sucesso e felicidade de cada um de nós!
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13/11/2002

Perdido

Perdi você?
Perdi-me primeiro.
Perdi você? Perdi mesmo?
Perdi-me em mim antes de perder você.
Mas se te perdi, nunca te conquistei.
Perdi-te mesmo?
Se errei, perdão eu peço.
Se pequei, perdão eu peço.
Se te amo, amor lhe peço.
Não errei, nem pequei e Amor não se pede.
Mas se Amor lhe peço, é que te quero.
Se te quero é porque sei que te amo.
Se te amo, porque não te tenho?
Se não te tenho, o que posso fazer?
Se não sei o que fazer, onde está meu amor?
Se não sei onde está o meu amor, me perdi.
Se me perdi, preciso me achar.

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fev 2005

O que será que será?

O que será que será?
O que será que me dá?
O que será que será???
O que será que se há?
O que será, o que será??
O que será é o que há.
E o que será o que se há?
Será que se há? Será que será?
O que será que me dá?
Se há de ser
o que será,
o que será que se há?

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janeiro de 2005

Sombras

No escuro da noite
vejo sombras.
Improváveis sombras,
possíveis sobras.
Palpáveis sombras
de invisíveis luzes.
Deitado, insone, penso.
Como sempre insone,
como sempre mente,
noite após noite.
Num minuto uma hora,
Num segundo outra hora.
Aurora. Luz. Adormeço.

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escrito em algum dia de janeiro de 2005, alta madrugada

A morte

A morte

Tão natural e tão dolorosa.
Contradição elementar, hiato instantâneo.

Nos consome,
atordoa, maltrada.
Nos faz chorar
interiorizar, pensar.
Nos faz lembrar,
sorrir, sentir.
Nos torna sensível à vida.
À existência da vida.

Escrito em 24/03/2004 21:00

Graça ou Karma

"Erros não são ruins. Apenas erros conscientes não corrigidos se tornam um problema. A idéia é aprender através da graça ao invés do karma."

Esta frase "A idéia é aprender através da graça ao invés do karma" é um das mais, se não a mais contundente das que li em minha vida. E aprendendo hoje pela graça, sei da verdade da sua postulação.

Podemos escolher entre graça e karma a partir do momento que temos consciência disso.

Dizem que a dor é a maneira mais eficaz de aprendermos e consequentemente crescermos. Só é verdade até o ponto onde começamos a aprender e consequentemente crescer através do amor. E daí a velocidade e a capacidade de crescimento serem multiplicadas por um número que maior que zero é, e pequeno não é, mas nào sei qual é. É numa outra dimensão.

Van, dedico a você isso. A você que me ensinou isso! Meu mais sincero e profundo obrigado.

Ah, e não falamos de "amor" no sentido "amor da minha vida". Falamos do amor essência. O amor, o de sentido único, sem medida, o que nada espera, o que tudo transforma e a todos liberta.

Muitas vezes, talvez quase todas, deixo-me levar pela emoção que sinto.

Amor, graça, sempre!

escrito em 20/01/2005 2:27am